quinta-feira, 1 de abril de 2010

PLATÉIAS EMOCIONADAS NA SEGUNDA TEMPORADA

Marinho
Da janela também observo o que acontece naquela cobertura de forma repetitiva e curiosa, domingo após domingo, fazendo de mim expectador de cada movimento. A porta dimensiona o gigante que entra e sai no seu dia solitário e rico na constução vigiada e vigilante do seu "redor" ; cato as migalhas do pão que me sobram e que alimentam o meu anseio e a minha busca por algo que está ali mas que ainda tenho travado dentro de mim. O vaso de flores e o tapete que me traz o frescor da grama de um piquenique qualquer saem da cartola do mágico personagem que não se cansa em nos revelar segredos... infindáveis possibilidades na convivência com a solidão!
O chapéu feito do jornal da minha infância também é barco e avião atacando a ciranda que minha mãe tantas vezes construiu para mim. Estou na beira do abismo que me limita e que me dá asas no voo em câmera lenta do astronauta e na pipa que me faz sonhar. Dos livros caixinhas de música recolho as mais lindas canções de minhas recordações. O manequin é a companhia fragilizada pela caixa que fica no canto de nossos cantos e que carregamos debaixo do braço de nossas esperanças.
E o tempo passa... e o tempo passa... e o tempo passa... E perplexo diante do ator que se entrega diante da platéia cabra-cega e emocionada, sou aprendiz de tudo e precursor dos sonhos que busco e que, gota a gota, se materializam para mim, na tempestade provocada pelo "Monstro Marinho", poeta e guerreiro da noite que me fez tão bem!
Grande abraço! Grande admiração!
Marcelino Padilha

3 comentários:

  1. Em cena sou ato
    Transmuto-me ator
    Deságuo minhas anáguas
    Nas bordas do palco
    Exercito sua imaginação
    Sou ilusão retirada
    De uma folha de papel
    Entre gestos, palavras e silêncios
    Choro o amor perdido
    Solto o grito pelo oprimido
    Arranco a ríspida palavra dorida

    Trago o riso frouxo
    Sou tolo
    Avarento
    solidão
    Safada meretriz
    Se me pedem bis
    Carrego entidades
    E muitas identidades

    Quem me conhece
    Sabe que debaixo
    Da base
    Blush
    Batom
    E sombras
    Aturdido
    Há um ator
    Um caboclo de cem faces

    Represento políticos
    Clérigos
    Ateus
    Judeus
    Gordos
    Magros
    Feios
    Demônios
    Anjos
    Gentes do povo
    E gente que nunca foi gente
    Mas tem história pra contar
    E o que quero de você, plateia?
    Aplausos
    Urras
    E um altar

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